Trabalho Exterior Mestrado Doutorado

Como (e será) que eu posso trabalhar no exterior?

Caio VelascoBlog do Doutorado, Blog do Mestrado

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Estudar pós-graduação (mestrado ou doutorado) no exterior não é fácil e caso você queira mirar o mais alto que puder, você precisa de bastante tempo para se preparar. Não tem milagre e nem macete. Porém, é muito importante procurar um bom método de aprendizado e isso é muito difícil de achar por ai e normalmente muito caro.

Mas vamos lá, como (e será) que eu posso trabalhar no exterior?

Ponto 0: Mercado Americano x Europeu

É muito mais comum obter informações sobre o mercado americano. Eu mesmo conheço muito mais sobre ele do que sobre o Europeu, apesar de ter vários amigos(as) estudando ou trabalhando por lá. Bem, vale saber que o mais chatofechado é o americano e que no Europeu existe muita discriminação para quem não é nativo ou europeu.

Porém, esse post foca bastante no mercado americano, apesar da essência ser a mesma para todos!

Ponto 1: Contexto.

Eu fiz esse post baseado no conhecimento adquirido no meu processo de estudar num mestrado de ponta numa universidade renomada. Sem dúvida, essas características de tentar chegar ao melhor lugar possível é bem determinante nas oportunidades futuras. Para entender um pouco melhor sobre esse assunto, aconselho a ler o post sobre A Importância dos Rankings na Escolha de seu Curso no Exterior.  Se você ainda está se perguntando se você consegue chegar lá, leia esse outro post: Será que Consigo ser Aceito num Mestrado ou Doutorado no Exterior?

Nessa caminhada, conheci muita gente que me orientou e conheci pessoas dos mais diversos backgrounds que me deram um insight que me permitiu mapear essa questão ainda um tanto oculta e complexa sobre trabalhar no exterior.

Ponto 2: Trabalhar após um mestrado ou doutorado.

Parto do princípio que estamos no mundo de pessoas que foram fazer pós-graduação no exterior. Pessoas que estão estagiando no exterior, que estão trabalhando expatriados (por meio de empresas que os deslocaram de seu país para trabalhar em outros países) ou pessoas que estão – ou foram no passado – ilegais no exterior, mas hoje possuem cidadania, não entram nesse post, apesar de sem dúvida estarem trabalhando no exterior.

Obs.: Essas coisas não entram nesse post, pois o meu objetivo é mostrar o caminho que qualquer um pode traçar a partir dos estudos, que é – querendo ou não – uma decisão somente sua, apesar de existir outras variáveis como grana e família que logicamente impactam essa decisão (Veja mais em: Como Pagar um Mestrado ou Doutorado no Exterior). Após concluir uma graduação, está no seu poder de decisão realizar um mestrado ou doutorado no exterior e não necessariamente (apesas de muitas vezes correlacionado) no poder de decisão do seu contexto social ou de sua empresa (como para os expatriados).

Inevitavelmente, meu foco são pessoas que farão mestrados ou doutorados, mas comentarei sobre outras pós-graduações, como pessoas que pensam em cursos conhecidos como non-degree, ou seja, os certificates, e as specializations.

Ponto 3: Cidadania – Sangue ou Casamento. (Esse merece destaque, pois me abriu os olhos!)

Já perdia conta de quantas vezes entrei em sites, blogs e contas no instagram de pessoas ou instituições (com ou sem objetivos de lucro) que promoviam essa ideia de trabalhar no exterior. Porém, eu ouvia histórias de pessoas que possuem todo o mérito (inteligentes e que correm atrás dos objetivos) que estavam estudando e depois começaram a trabalhar na Europa e nos Estados Unidos.

Porém, algo dentro de mim sempre perguntava:

Mas peraí, se eu não sou cidadão, e hoje o mundo claramente tem mais problemas com imigrantes, não seria necessário visto para trabalhar? Como assim estas pessoas estão tão normalmente trabalhando lá fora? Eu tinha a sensação que (mesmo que sem maldade) elas estavam vendendo um sonho lindo de trabalhar fora, mas isso não é bem assim.

Bem, em resumo, muitas (não todas), mas muitas pessoas que eu conversei de fato ou tinham cidadania do país em que estavam por conta da família mesmo (o que eu chamei de sangue) ou tinham cidadania, pois durante o mestrado ou doutorado se casaram com um nativo.

Esse fato reforçou a idea que eu já tinha que trabalhar no exteiror não é somente uma consequência do que você estudou lá, mas sim algo que permitiu esse acontecimento e cidadania é um dos principais fatores.

Assim é fácil né, hahaha! O problema é como sanar essas dúvidas de trabalhar no exterior quando não se tem cidadania, mesmo que, por desdobramentos da vida, isso possa ocorrer, como no caso de um casamento.

Ponto 4: Trabalhar na Academia, Mercado Privado ou em Instituições tipo a ONU

Mercado privado padrão americano

No Mercado Privado padrão americano o processo é bem simples. Independentemente de você ter um doutorado, mestrado ou graduação no exterior, você precisa ter uma permissão para trabalhar, que é o visto de trabalho!

i) Suponha que você fez um mestrado ou doutorado nos Estados Unidos com o visto F1. Esse visto, após um ano de estudo ganha duas alternativas, ou melhor, 2 status. O CPT (Curricular Practical Training) ou o OPT (Optional Practical Training).

O CPT é para enquanto você ainda é aluno em seu programa de estudo e quer trabalhar fora da universidade em sua área de estudo. O OPT é para o direito de trabalhar de 1 até 3 anos depois de formado. 1 ano é para os cursos que não estão na lista dos programas STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). Para tais cursos, pode-se estender em até 3 anos.

ii) Suponha que você usou ou o seu OPT status e ficou de 1 até 3 anos trabalhando. Durante esse período, a empresa que te contratou tem que ter vontade e recursos financeiros para iniciar o processo de ser o seu sponsor do verdadeiro visto de trabalho, o famoso H1B. Aqui é onde as pessoas mais se confundem.

Após a empresa decidir ser o seu sponsor para no processo desse visto, você inicia o processo que acaba com o que normalmente NINGUÉM SABE, MAS DEVERIA: a loteria do visto H1B(eu ainda não fiz um post sobre isso, então se quiser saber mais: veja esse artigo).

Basicamente, são disponibilizados anualmente X vistos H1B para um total muito maior que X pessoas aplicando. Então, é de fato uma loteria, onde tem gente que é sorteado e tem gente que não!

Então, nada mais justo que você saber de todos esses riscos antes de entrar nessa mega jornada de sua vida e fazer um milhão de dólares de dívida!

Instituições tipo a ONU

Em resumo, para instituições tipo ONU, Banco Mundial e etc, você tem um tipo especial de visto que não passa peloas problemáticas do H1B mencionadas acima. Portanto, se você conseguir um trabalho nesses lugares, um problema a menos!

Trabalhar na Academia (Universidades)

Bem, existe uma grande distinção neste ponto. Quem vai para fora fazer doutorado, de certa forma que ser pesquisador/professor numa Universidade. Não vou entrar no mérito da dificuldade que é virar professor numa Universidade americana ou europeia, o que, mais uma vez, está bastante correlacionado com o renome de onde você concluiu seu curso e com a área do programa que você fez. As áreas são bastante diferentes e cada uma tem suas peculiaridades.

Só a título de exemplo: mesmo estando nas Universidades mais renomadas do mundo, em áreas renomadas pela sociedade (Economia, Engenharia, Computer Science, …), conseguir trabalhar num emprego padrão de Professor-Pesquisador numa Universidade é apenas conseguido por +-15% de quem se forma! Sim, é um mercado bastante saturado.

Ainda assim, trabalhar na Academia tem uma vantagem: você consegue o visto de trabalho (H1B) sem as problemáticas de ter que passar pela loteria do visto H1B . E claro, sem um doutorado você não consegue virar professor-pesquisador. Até tem pessoas que trabalham na Academia com mestrado, mas em posições das mais variadas possíveis que normalmente não tem interseção com aulas ou pesquisas. Tenho a tendência a acreditar que é muito raro, pois é uma vaga que um nativo seria sempre preferência.

Uma pequena observação sobre os tipos de vistos mais comuns:

  • F1 ou J1. Quando você vai fazer um mestrado no exterior você vai com o visto F1, o visto de estudante. Esse visto é pelo período do seu curso, que pode ser de 1 ano ou de 2 anos, ou até de 3 anos (para os mestrados duplos, conhecidos como joint degrees ou concurrent degrees). O J1 normalmente é dado em três casos, apesar de não ser muito comum: intercâmbios, que não é nosso foco aqui; doutorados, por serem por tempo maior e por terem um leve ligação com “você é aluno, mas trabalha fazendo pesquisa com a gente”; e pós-doutorados (postdocs), onde você basicamente é um pesquisador numa universidade por 1 ano (podendo sempre aplicar para outros ou para uma extensão).
  • H1B. Já foi explicado mais acima.
  • Vistos especiais de lugares como a ONU, World Bank e etc. Também já foi explicado acima.

Em resumo, vale se programar com bastante cautela e ter plena noção dos riscos associados a suas escolhas.

Só uma observação geral:

No início, inevitavelmente, muitas pessoas buscam o caminho mais fácil… é do ser humano. É mais fácil buscar cursos onde você basicamente paga para estudar, como os certificates ou specializations. Isso vale tanto para o padrão Brasil quando para o exterior. Claro que você precisa se inscrever e ter um certo nível de inglês (ou da língua local), mas é incomparável ao processo seletivo que é encontrado para mestrados ou doutorados no exterios (e também no padrão Brasil). Não existe nenhum demérito nessa escolha, mas é bom saber que cada escolha abre portas para tipo de mundo (quando abre, né…)

Numa analogia bem simplória: é muito menos incerto conseguir um excelente emprego ou uma excelente trajetória profissional passando nos vestibulares mais difíceis (como nas Universidades públicas) do que estudando numa Universidade privada que não tem renome algum. Mas ninguém disse uma coisa ou outra é garantia de sucesso na vida (seja este medido por grana, fama, pesquisa, etc).

Porém, eu sinceramente não conheço casos de pessoas que fizeram os cursos conhecidos como certificates ou specializations que tenham aberto portas para trabalhar no exterior, a não ser que já tivessem a questão da cidadania.

Porque isso? Só posso chegar a conclusão que isso está – de certa forma – mencionado no post sobre A Importância dos Rankings na Escolha de seu Curso no Exterior, ou seja: se você quer que uma empresa internacional te contrate no exterior, então busque ser melhor do que os próprios nativos e isso significa estar em programas renomados, que incluem os mestrados e doutorados, por conta do processo seletivo bastante competitivo. É a regra do jogo.

Minha dica final.

Se você:

  • Não é rico ou não tem uma família capaz de te ajudar financeiramente até em épocas de alta do dólar
  • Não faz parte de um ciclo social de pessoas que conhecem muito sobre isso
  • Não estuda uma área que é notoriamente renomada em nossa sociedade atual (engenharia, economia, computer science, …)
  • Estuda uma área da saúde que precisa de validações (veterinária, medicina, odontologia…)
  • Não conseguiu uma bolsa de estudos muito boa.
  • Não tem cidadania local
  • Não aposta num possível casamento (esse é forte e muito arriscada, mas pode acontecer, pois aconteceu com alguns conhecidos(as) meus(minhas).

Então minha dica é: estude muito, se dedique muito e tente entrar na melhor universidade possível, independentemente do seu curso. Não tem resposta mágica, a vida é mais difícil nesses casos e você tem toda a competência de estudar para as provas com bastante perseverança e conseguir excelente resultados!

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Lembre-se que seu caminho é você quem faz, mas dependendo de onde quer chegar, esse objetivo pode ser mais difícil de alcançar. Então, vamos sentar e estudar, a hora é essa!

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