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Será que eu consigo ser aceito no mestrado ou doutorado no exterior?

Caio VelascoBlog do Doutorado, Blog do Mestrado

Olá, bem-vindo(a) ao MePrepara, a plataforma que vai te ajudar a estudar para o GRE e GMAT e a entender todo o processo para estudar nas melhores universidades do mundo.

Nesse post, vamos falar sobre o que é necessário para você conseguir ser aceito num mestrado ou doutorado no exterior.

Será que é realmente viável para você conseguir um mestrado ou um doutorado no exterior? Vamos tirar algumas dessas dúvidas.

No Brasil, é muito comum as pessoas julgarem a escolha por um mestrado ou doutorado como um caminho sem volta para “ser professor” ou “ser pesquisador.” Não estão totalmente errados, mas o escopo dessa escolha é muito maior do que isso, principalmente quando estamos falamos de estudar nas melhores universidades do mundo. Portanto, o primeiro ponto é esse, não se contente com esses julgamentos, pois optar por esse caminho pode abrir oportunidades incríveis e dar muito espaço para alcançar seus objetivos.

Será que eu consigo ser aceito num mestrado ou doutorado no exterior?

A resposta é muito simples. Claro que SIM!

Porém, precisamos ser verdadeiros e claros em como atingir esse objetivo.

Que tipo de aluno você foi na graduação?

A primeira coisa que você deve saber é que qualquer um pode ser aceito em ótimas universidades, mesmo que não tenha sido um aluno com boas notas na universidade. As provas necessárias para a admissão nas universidades do exterior (como o GMAT ou GRE, TOEFL ou IETLS) existem para qualificar quem quer se inscrever (conhecidos como applicants) e são capazes de substituir notas ruins da universidade. Na verdade, eu poderia dizer que elas servem justamente pra isso.

Entretanto, sejamos francos, será muito mais difícil conseguir ser aceito num lugar de ponta se você vier de uma universidade com pouco renome no Brasil e ainda tiver notas ruins – a não ser que em sua carreira você tenha se destacado por algum motivo extraoficial, claro.

Para isso, você deve se conhecer bastante e deve saber avaliar se você era um aluno de excelência, ou seja:

  • estava entre os top 10% de seu curso (claro que isso é flexível);
  • tinha notas excelentes (como acima de 8 numa curso de Engenharia, Computação…; e acima de 9 em cursos menos técnicos).
  • tem em seu currículo experiência concretas em boas empresas, governo e etc;
  • tem em seu currículo experiência internacional relevante, se possível, com bolsa de estudos (nada de work experience ou work & study aqui hehe);
  • tem em seu currículo experiência com trabalhos voluntários, de preferência com posições de liderança;
  • por aí vai.

Caso você não tenha algum desses ou mais de um, saiba que você estará, em geral, abaixo na média dos pool de applications recebidos anualmente pelas boas universidades.

Bem, então, minhas chances acabaram? Claro que não!

Eu fiz questão de contar isso, pois nenhuma consultoria para applications ou empresa que te ajuda neste processo teria transparência (ou coragem) de te dizer isso, pois você é apenas um cliente para eles. O meu objetivo não é ser corajoso, é ser transparente, e você não é apenas um cliente, é um ser humaninho.

O que quero aqui é te preparar da melhor forma possível, caso você não tenha toda essa bagagem hoje. Por isso que o MePrepara existe. Para te ajudar no processo, mesmo que ele ainda demore 1 ou até 2 anos para acontecer.

Certa vez, num evento para interessados em mestrados em Columbia University, eu ouvi do apresentador:

“Nós avaliamos tudo mesmo. Se você foi mal em matérias de exatas na sua graduação – e isso é necessário para o seu mestrado, nós esperamos que você apresente uma nota alta na parte de matemática do GRE ou GMAT, por exemplo. Além disso, se você perceber que teve notas baixas ou se ainda falta de experiência de trabalho, nós aconselhamos que você se prepare com antecedência e nos demonstre que no último ano (ou nos últimos dois anos) você traçou objetivos concretos para chegar até aqui. É isso que nós queremos ver.”

Portanto, a nota das provas de admissão é muito importante sim, mas, dependendo do que você tem para apresentar em todo seu pacote de inscrição, não é algo que deva te dar medo, e sim direcionamento.

Começe a se preparar, busque orientações, encontre um trabalho voluntário onde você possa assumir papéis relevantes, tente cursar matérias em alguma universidade como aluno externo e tire notas excelentes (isso é muito comum no exterior) e é uam ótima forma de superar suas notas ruins na universidade ou falta de experiência.

Agora, caso você tenha sido rejeitado na primeira tentativa, mas considera que tem um bom pacote, tenha certeza que deverá apresentar melhores notas, pois é a única coisa realmente diferente que você consegue demonstrar em apenas um ano.

O processo de inscrição (application) não é mole não.

A segunda coisa é que não é um mundo de fantasias e sonhos, é pragmático e real. Cada universidade procura um perfil de aluno e a seleção é rigorosíssima, pois pessoas do mundo inteiro se inscrevem. Por exemplo, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) vai procurar pessoas feras (ou que demonstrem reais interesses) em tecnologia, engenharia e computação. Não crie falsas expectativas e nem acredite em conto de fadas, pois você vai entrar na universidade que está alinhada com seu perfil e na qual o seu currículo se destaca frente à maioria. Portanto, se você quer entrar numa universidade top 10, seja um aluno ou profissional top 10.

Mas você só fala das melhores universidades.. não seria legal ir para uma boa que não é a melhor nos rankings?

Claro que pode! Mas isso depende dos seus objetivos de vida e pode sim restringir suas oportunidades futuras. O meu objetivo aqui é informar a maioria das pessoas, aquelas que precisam de bolsa de estudos e que querem ter chances reais de conseguirem bons empregos depois (nacional e até internacionalmente). Se você se preparar para as melhores, com certeza estará preparado para qulaquer outra oportunidade que aparecer.

Uma vez, conversei com um ex-Ministro da Fazenda sobre doutorado e ele me disse:

“O curso e a universidade que você faz é apenas uma condição de largada na sua carreira. O que realmente importa é o que você faz nos 10 anos seguintes. ”

E eu concordo plenamente. Porém, tenho a tendência a dizer que mestrados no exterior, que normalmente levam você para uma carreira profissional (e não acadêmica), vão ter dar mais chances quanto melhor estiverem nos rankings.

Se preparar com antecedência é muito (muito) importante.

O terceiro ponto é que quanto antes você se preparar, melhor.

Quem se preparou melhor e com mais antecedência, terá mais chances que você. É muito mais fácil estudar para as provas durante a graduação, do que durante o trabalho, por exemplo. O GRE e o GMAT tem validade de 5 anos! Já o TOEFL são só 2 anos, mas é muito mais tranquilo.

No exterior, principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália, as pessoas já conhecem sobre esses processos seletivos desde o ensino médio. Então, eles sabem que precisam se destacar e procurar preencher o currículo da melhor forma possível. Mas o ponto chave de toda essa questão é que se você conseguir alinhar todas suas habilidades e experiências com algo de genuíno que você busca na vida, sem dúvida, você terá ainda mais chances.

E mesmo que eu tenha chances, como eu pago pelo tempo que estarei fora?

O ultimo ponto é: como pagar pelo curso? (Para um post mais completo, veja: Como Pagar Mestrado ou Doutorado Exterior?)

Todos os programas no exterior são pagos mesmo que a universidade seja pública, com exceção de algumas universidades da Europa (que podem, infelizmente, não ter o mesmo reconhecimento ou posição no ranking que outras universidades, o que por sua vez pode impactar negativamente nos seus objetivos futuros – lembre-se que nada é 100% certo, mas é sempre importante ter boas informações no seu radar para preparar suas expectativas).

Os programas de mestrado costumam ser de 1 ou 2 anos e a anuidade pode variar entre US$20,000 e US$60,000. Sim, isso mesmo. Caro para caramba. Não se esqueça de adicionar a acomodação (que não sairá por menos de $700 por mês, a não ser que você more num muquifo e bem longe) e ainda tem a alimentação (as universidades americanas, por exemplo, tem os famosos meal plans, onde você tem pensão completa nos restaurantes universitários – as 3 refeições, saem em média $1600 por período acadêmico). Portanto, parece coisa de rico, certo?

Porém, você não está sozinho. Pessoas de todas as nacionalidades, inclusive os nativos, passam por isso e muitos, mas muitos mesmo, entram em financiamentos (financial aid), que podem envolver os seguintes canais:

Scholarships: bolsa de estudo recebida pela universidade em valores parciais ou integrais, que podem ou não incluir grana para acomodação e alimentação – muito raro nas melhores universidades e você tem que ser um gênio. Podem ter o formato de need-based scholarship (baseado na renda da família do aluno) ou merit-based scholarship (baseado no mérito do aluno, independentemente de ser rico ou pobre). Além disso, pode ser que o governo brasileiro esteja em bom momento e abra bolsas na CAPES ou CNPq;

Um exemplo legal aqui é que, se você é um bom aluno, com certeza terá uma universidade que te oferecerá bolsas muito boas, mas as vezes as universidades não são tão reconhecidas no nosso mundo ou talvez não seja onde você queira tentar um emprego, ou talvez você nem possa trabalhar depois, deviso a não ter permissão de visto. Por exemplo, a Suécia, Holanda, Austrália e Inglaterra oferecem bolsas excelentes para brasileiros, mas se você não tiver dupla nacionalidade (europeia, claro) as chances são mínimas de conseguir ficar por lá (as pessoas sempre esquecem desse ponto, mas o seu objetivo de vida é o que importa).

Fellowships : praticamente a mesma ideia de scholarship, mas também pode ser em forma de trabalho em monitoria – Teaching Assistanship, ou trabalho em pesquisa – Research Assistanship. No Brasil, costuma-se buscar por bolsas na Fundação Lemann, Fundação Estudar e no Instituto Ling. Existem outros formatos, mas esses são os mais comuns.

Loans: são os empréstimos (ou financiamento estudantil) que o aluno faz individualmente em instituições financeiras; há uma forma de financiamento conhecida como community finance, como o Prodigy Finance. Normalmente, as pessoas fazem este tipo de financiamento para completar o que falta, quando a família não pode mais ajudar e ficam anos e anos depois do programa, pagando. Isso é normal, mas tem que ser feito com muita cautela, pois afinal, não ganhamos em dólar e não sabemos o que pode acontecer no futuro.

– Renda da família: a renda da família é parte muito importante, pois normalmente a família ajuda neste processo. Claro que pessoas privilegiadas têm mais sorte, mas lembre que o passo que você vai dar, caso não seja privilegiado, é apenas uma condição de largada diferente, portanto, não podemos desistir.

– Renda acumulada do aluno: como a maioria dos programas de mestrado pedem algum tipo de experiência profissional (ou acadêmica para os Research Master) você provavelmente trabalhou e, como um bom precavido, fez seu pé de meia. Use-o, agora é a hora.

– Financiamento coletivo: existem algumas pessoas que conseguem doações por meio de financiamentos coletivos em plataformas na internet. Normalmente, são pessoas proativas que têm uma boa história de vida para contar e conseguem sensibilizar o público.

– Seu trabalho pode te financiar: as grandes consultorias e os grandes bancos costumam bancar as pessoas que passam em programas de mestrado renomados, pois esse processo faz parte da carreira. Porém, você fica preso ao trabalho quando volta ao país e em algumas ocasiões consegue até alavancar uma trajetória internacional após o programa.

Para quem procura um doutorado.

A informações específicas nesse post ajudam àqueles que procuram por mestrado, mas não deixe de ler, pois você que procura doutorado, passará pelo mesmo processo.

O que posso adicionar a tudo que foi dito, é que o doutorado no exterior não é puramente um caminho para ser professor ou pesquisador. Não confunda com o julgamento que se tem no Brasil. Primeiramente, é bom saber que, por exemplo, nos EUA, o normal é sair direto da graduação para o doutorado (PhD), caso você esteja interessado em estudar mais e em alguma linha de pesquisa. Já no Canadá, Europa e Austrália é comum aplicar já com um título de mestre. Apesar de não ser obrigatório, você competirá com essas pessoas.

Por mais que o processo de inscrição seja parecido (as provas são as mesmas e cartas de recomendação também são necessárias ), o processo é visto de forma diferente. Note que, se o seu objetivo é ser um Ministro da Fazenda, trabalhar no World Bank, ou até criar o novo Google, o PhD também é para você. Por curiosidade, muitos Ministros da Fazenda, prêmios Nobel, funcionários do World Bank, Presidêntes de grandes ONGs, grandes nomes no Governos, os fundadores da Google e etc, ou possuem ou iniciaram o PhD.

No que tange ao preparo, tudo que foi dito vale também para os futuros doutorando. A única ressalva é que como o doutorado é necessariamente um programa onde você vai realizar uma pesquisa e estudar profundamente, eles querem que suas notas sejam excelentes. Logicamente, se você quer um doutorado em ciência de computação, você precisa ir muito (muito) bem na parte de matemática (na de inglês, basta ir na média). Agora, se for um doutorado em humanas, a recíproca é verdadeira. Além disso, nas boas universidades, o doutorando costuma receber um pequeno salário – o stipend (mesmo que se tenha que trabalhar como monitor ou assistente de pesquisa para isso) e normalmente não se paga a anuidade.

Ter uma iniciação científica na graduação é bastante importante. Se você já tiver publicado alguma coisa, ainda melhor, pois assim você poderá demonstrar que pesquisar é sua praia e que você está alinhado com a universidade para a qual você está aplicando.

Sobre as cartas de recomendação, é muito importante ter uma relação bastate próxima de um professor, pois ele terá que falar muito bem de você na sua carta de recomendação. Além disso, por mais que não seja fácil, se o seu professor tiver um título de PhD de Harvard (por exemplo), suas chances sempre serão maiores do que se ele for um Doutor de um universidade Brasileira. Agora, claro, se seu professor for renomado em pesquisa no Brasil (que pode querer dizer que ele é renomado mundialmente), aí tudo bem. Use sempre o bom senso, já é um bom começo.

Bem, agora você tem bastante coisa para refletir. Pense nisso e batalhe!

Por hoje é só, espero ter ajudado!

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No MePrepara, você encontrará:
– Bate-papos com pessoas incríveis que já passaram pelo mesmo processo e estudam nas melhores universidades do mundo;
– Plano de Estudo focado no seu perfil e no seu objetivo. Organização é tudo nesse momento;
– FAQ: Todas as perguntas mais comuns estão respondidas;
– MePrep Online, um curso online focado inicialmente em matemática, pois essa é a minha praia;
– Grupos Online Privados: Participação em grupos online privados, nos quais você encontrará pessoas que também estão estudando para as provas. Conversar e compartilhar dúvidas são fatores cruciais para que você não se sinta sozinho. Juntos, aprendemos e nos motivamos muito mais.

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Feito com carinho Coração por quem entende muito do assunto.